Oito municípios cearenses vão ficar sem água nos próximos meses
A crise
hídrica no Ceará, com a perspectiva de mais um ano seguido de seca, vem
preocupando cada vez mais setores da sociedade. Nesta sexta-feira (30/01), em
uma reunião a portas fechadas do Ministério Público do Estado (MPCE) com
representantes da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e da
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), ligadas à Secretaria de Recursos
Hídricos (SRH), o Governo revelou que oito municípios deverão ficar
completamente sem água nos próximos meses. Contudo, nenhum plano para reverter
o quadro foi divulgado.
As
cidades são Ipaporanga, Itatira, Apuiarés, Jaguaretama, Urioca, Senador Sá, São
Luís do Curu e Parambu. A informação teria sido apresentada pela Cogerh durante
o encontro, mas só foi repassada à imprensa pelo MPCE. “A novidade foi essa
lista de municípios que em janeiro, fevereiro, março e abril vão, em tese,
ficar sem água, pela projeção da análise dos reservatórios de água e pelo
consumo”, explicou o promotor de Justiça e assessor do Centro de Apoio ao Meio
Ambiente (Calmace), Amisterdan de Lima Ximenes.
A
reunião, na verdade, seria aberta à imprensa, convidada pelo MPCE a participar.
Entretanto, a pedido de representantes do Governo, os jornalistas foram
convidados a se retirar. A mesma situação tem acontecido com o Comitê Integrado
de Combate à Seca, que antes realizou as últimas duas audiências a portas
fechadas.
Apesar do
sigilo, o promotor de Justiça do MPCE se disse frustrado com a falta de
proposições dos órgãos governamentais. “Nós esperávamos a colocação da
situação, mas também a apresentação de propostas. Qual a projeção de novos
poços, em que localidades, quais as verbas disponibilizadas?”, questionou.
Outra falta, segundo Ximenes, foi a falta de um plano de educação ambiental.
“Eu pensei que pelo menos isso trariam hoje. Tem que ter a conscientização,
principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza”, ressaltou.